quarta-feira, 25 de maio de 2011

Crimes contra natureza crescem 300% em Minas Gerais

A agressão ao meio ambiente em Minas acende o sinal vermelho para o desrespeito à natureza e se traduz em números assustadores. O total de crimes ambientais do estado que chegam à Justiça Federal teve um salto de mais de 300% na comparação entre os três primeiros meses deste ano e o mesmo período de 2007. A estatística supera até o índice nacional, que apresenta um aumento de 230% nos dois últimos anos.

Os dados são do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1), que julga os processos de Minas, Bahia, Goiás, Piauí e Distrito Federal, além dos nove estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão). As ocorrências serão tema do seminário Aliança Brasil – França: na defesa do meio ambiente, que será realizado na sexta-feira, em Brasília.

Segundo balanço do TRF 1, fechado no fim de março, há 3.120 processos de crimes ambientais cometidos em Minas tramitando na primeira instância da Justiça Federal, em Brasília. No somatório dos 14 estados que compõem a 1ª Região do tribunal, esse número chega a 21,1 mil casos. No estado, os crimes contra o meio ambiente ligados ao patrimônio genético respondem por 40% do total, com mais de 1,2 mil ocorrências registradas até 25 de março deste ano. São casos de agressão, dano ou contrabando de plantas, raízes, sementes e animais – vivos ou mortos – e de invasão de bancos de dados genéticos para exploração da biodiversidade pelas indústrias química e farmacêutica.

Nesse cenário de exploração ilegal, Minas se encontra na rota do tráfico de espécies da flora e da fauna da Amazônia para as regiões Sudeste e Sul do país. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 11% da madeira retirada da floresta amazônica é comercializada em terras mineiras, o que faz do estado o segundo maior consumidor desse produto, atrás apenas de São Paulo, que responde por 23%. Em decorrência disso, Minas foi o centro da Operação Guardiões das Montanhas, um trabalho conjunto do Ibama, das polícias Militar (PM) e Rodoviária Federal (PRF) e da Receita Estadual, feito em maio e junho do ano passado, com o objetivo de coibir o comércio e o transporte clandestino da madeira amazonense.

Além de processos na Justiça Federal, a ação rendeu mais de R$ 10 milhões em multas e apreensão de 600 metros cúbicos de madeira. Cerca de 6 mil caminhões foram vistoriados e 10 mil madeireiras fiscalizadas no estado, sendo 150 delas em Belo Horizonte. Segundo o coordenador da operação e chefe do escritório regional do Ibama em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Aloísio Romar, os agentes conferem a medição, a espécie e a origem do produto comercializado e ainda exigem a documentação correta. “O comerciante precisa ter em mãos o Documento de Origem Florestal (DOF) para não ser autuado. O Norte do país é o maior fornecedor de madeira para o Sul e Sudeste e Minas está no corredor do tráfico de madeira e animais silvestres”, diz Romar.

Animais

Canários-da-terra, trinca-ferros, papagaios, araras, jabutis, tartarugas, iguanas e jaguatiricas. Essas são algumas espécies arrancadas do seu hábitat todos os dias e que engrossam a estatística do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. Apenas em BH, a unidade recebe uma média de 12 mil animais apreendidos por ano – número quatro vezes maior que em 2003. “Ainda não há um sentimento arraigado na sociedade de que manter essas espécies em cativeiro é um crime, é impedir que elas se reproduzam em liberdade. A experiência nos mostra que a legislação ambiental é eficiente, mas falta conscientização das pessoas. Temos que levar a lei ao conhecimento da população, com exemplos e numa linguagem simples e acessível”, defende o juiz titular da 5ª Vara Federal de Belo Horizonte, João Batista Ribeiro.

O aumento do número de processos de crimes ambientais na Justiça Federal é atribuído, pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema), ao maior rigor na fiscalização. “Com a integração dos órgãos de controle, temos cerca de 150 fiscais trabalhando junto com 1,6 mil homens da Polícia Militar de Meio Ambiente em todo o estado. O efetivo ainda não é suficiente, mas isso já nos permite chegar aos 853 municípios mineiros com mais facilidade. O aumento da fiscalização leva os infratores a assumirem um novo posicionamento”, afirma o secretário-executivo do Comitê Gestor de Fiscalização Integrado do Sisema, Paulo Teodoro de Carvalho.

Ibama solta araras na natureza em Brasília

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) soltou, nesta semana, oito araras-canindé na natureza, em um hotel fazenda perto de Brasília. A reintrodução dessas aves no meio ambiente faz parte do projeto “Araras Livres”, que pretende readaptar na natureza aves provenientes do tráfico ilegal e que estavam em criadouros conservacionistas.

“O depósito desses animais em criadouros não deve ser algo permanente, mas temporário, enquanto a causa que deu origem à apreensão é transitada e julgada pelo Ibama”, disse Anderson do Valle, analista ambiental do instituto.

“Das oito araras, apenas uma não voou. Duas estão desaparecidas e as demais voam e voltam aos poleiros construídos na copa de buritizais. Está sendo feito também o monitoramento diário dos animais para verificar o sucesso de fixação deles na natureza”, disse Valle.

A infra-estrutura montada nas copas dos buritizais será reaproveitada nas próximas etapas do projeto, que se estenderá por mais um mês. “Apesar do receio dos técnicos, considerando a dificuldade de soltura, os resultados parciais são bons”, afirmou o analista.

Projeto quer fotografar em 3D todas as espécies de formigas conhecidas

Cientistas da Academia de Ciências da Califórnia iniciaram um projeto para fazer imagens digitais e superdetalhadas de todas as cerca de 12 mil espécies de formigas conhecidas da ciência.

"São insetos incríveis", diz o pesquisador-chefe do projeto, Brian Fisher. "As formigas inventaram (o conceito de) cultivo agrícola muito antes que os humanos."

Fisher criou o projeto AntWeb (www.antweb.org), que já oferece imagens detalhadas de mais de 5 mil espécies catalogadas. O cientista agora planeja viajar pelo mundo com as imagens, exibindo-as em museus.

As fotos foram produzidas com um software chamado Auto-Montage 3D, desenvolvido na Grã-Bretanha. Ele tira e combina diferentes imagens em 3D, cada uma com um plano diferente de foco.

O catálogo ficará disponível online, para servir de fonte de informação para pesquisadores.

Segundo Fisher, ainda há muito o que descobrir sobre as formigas. "Descobrimos apenas cerca de 15% das espécies existentes na Terra", disse o especialista. "E as pessoas parecem mais interessadas em descobrir se há vida em Marte do que (identificar) as outras 85%. Acho que, em parte, isso acontece porque não vemos o incrível mundo escondido (habitado pelas formigas)." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Jabuti ganha 'prótese' com rodinha de brinquedo



Um jabuti fêmea recebeu uma roda de plástico para substituir uma de suas patas que foi devorada por ratos enquanto ela hibernava.

A "prótese" improvisada a partir de um brinquedo infantil permitirá que a jabuti Tuly retome pelo menos parte dos movimentos, segundo a organização que está cuidando do animal, Norfolk Tortoise Club, na Inglaterra.

A ferida foi descoberta pelo dono do animal por acaso durante uma visita de rotina ao local onde ela vivia.

Imediatamente, os veterinários foram chamados para salvar o réptil.

Por sorte, eles acreditam, Tuly conseguiu resistir ao ataque apesar de seu estado de sonolência.

"Depois de uma operação para estabilizar os ferimentos, que poderiam ser fatais, percebemos que ela estava danificando um dos lados do casco quando caminhava", disse a porta-voz da organização, Eleanor Tirtasana, ao jornal Eastern Daily Press.

"Com a roda de um carrinho de brinquedo, ela agora pode rolar por aí livremente." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Tópicos: Inglaterra, Grã-bretanha, Tartaruga, Norfolk, Animais, Veterinário, Mundo animal, Natureza, Vida, Planeta


Mia Couto: errar é biológico
"Sou escritor e cientista", costuma dizer o mais famoso literato africano contemporâneo, o moçambicano Mia Couto, de 55 anos, também dono de longo currículo como biólogo. Formado pela Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, capital de seu país, Mia divide-se entre a biologia e os livros. Seu romance Terra Sonâmbula, escrito em 1992 e lançado no Brasil pela Companhia das Letras, é uma das referências da moderna literatura africana. Suas obras já foram traduzidas para seis idiomas e publicadas em mais de 20 países.

Em 1996, ao lado de quatro amigos biólogos, Mia fundou, em Moçambique, uma empresa que realiza estudos sobre impacto ambiental. Trabalha nela até hoje. "Os maiores problemas ambientais têm a ver com a miséria", dispara o escritor, que faz críticas a ecologistas e ao racionalismo da ciência. "Sou um grande adepto do erro", poetiza.

Você foi primeiro escritor ou biólogo?
Desde muito jovem eu queria escrever. Tinha paixão pela poesia, sobretudo no começo de minha carreira, mas também sonhava em viver dentro de uma reserva, em um parque. Queria ser guia turístico, trabalhar com bichos, com grandes mamíferos. A biologia surgiu assim. Percebo nela uma linguagem própria, um caminho para a identificação dos idiomas que a natureza nos oferece para entendê-la.

E como se dá o diálogo entre ciência e literatura?
Na minha visão, ambas deveriam ser movidas pelo sabor da descoberta. Mas, infelizmente, percebo que a ciência deixou de ter essa inquietação, essa capacidade de se espantar, de inquirir. Ela foi aos poucos sendo substituída pela rotina burocrática - o cientista tornou-se um funcionário das grandes empresas. Mas ele precisa ir além. Precisa romper as estruturas e questionar as lógicas que são colocadas, mesmo se está a serviço de uma multinacional. Apenas produzir para o mercado limita a ciência, que fica restrita ao estudo de fatos isolados. O mesmo acontece com a escrita literária. Ela só tem início, de verdade, quando não está apenas contando uma história, mas transformando em causa todo o nosso passado.

Esta é a proposta que eu faço na literatura e na ciência - a de questionar. Embora os desastres causados por uma cheia na foz de um rio, por exemplo, ou mesmo o efeito estufa sejam obras da natureza, é preciso interrogar quais são as razões sociais e políticas que permitiram o surgimento de vítimas - pessoas que se alojaram em áreas de risco, que se tornaram miseráveis e sem alternativa. Em nome de salvar a natureza, "naturalizou-se" aquilo que era social, histórico. Essa é uma grande armadilha.

Você é um dos donos de uma empresa que estuda o impacto ambiental. Como conseguem evitar esse quadro?
Éramos quatro biólogos que tinham a seu favor a paixão pela profissão e a vontade de querer marcar diferença do ponto de vista da ética. Hoje, nossa empresa tem 21 consultores - historiadores, sociólogos, antropólogos, economistas de recursos naturais. Nós nunca abordamos o ambiente como um conjunto de passarinhos e borboletas, e sim na sua relação com as pessoas. Dessa forma, tentamos escapar dessa armadilha, pois abordamos a questão ambiental não apenas em seu aspecto biológico, físico, mas também social.

Para mim, não existe ambiente que não seja humanizado e, por isso, muitas vezes, nossos inimigos são os próprios ecologistas fundamentalistas. Refiro-me a esse discurso de separação homem-natureza, de supervalorização dos biomas intactos. Por causa de um sapo ou de uma pequena ave age-se em detrimento do homem. É preciso resgatar a ecologia que interroga aquilo que são seus próprios pressupostos, não apenas do meio ambiente mas de tudo que está a sua volta, de sua relação com a economia, com a sociedade. É hora de resgatar uma ecologia que proponha novos modos de olhar o mundo, novas civilizações mais sustentáveis. Hoje, em nome da baleia, em nome do golfinho, o homem acaba por ser levado para o gueto. É preciso salvar os animais, as plantas, mas também devemos salvar as pessoas, dentro de um sistema de vida que não as empurre para a miséria.

O que você propõe para essa relação entre homem e ambiente?
Essa relação já se estabelece dentro de nós, na diversidade de seres que nos constituem. Quando tiro um pedaço de pele ou um fio de cabelo ou um pedaço do intestino e o ponho no microscópio, o que vejo são outros tipos de vida. Verifico que só somos seres humanos porque boa parte do que nos constitui não é humana. São milhões de vidas dentro nós. Dependemos de animais como bactérias, fungos. Quando começamos a entender isso, há alguma coisa que muda em nosso pensamento.

A ecologia e a ciência perderam esse elo com o homem?
A ciência atual é encomendada; toda a descoberta tem de se enquadrar naquilo que alguém diz que é viável. O cientista deve ser o primeiro a não permitir que a linguagem científica se torne um discurso tão imperativo.

Favelas, floresta e incertezas na rota da obra mais cara e longa de São Paulo

É em um morro no alto da Serra da Cantareira, a 26 quilômetros do centro de São Paulo, que tem início o futuro Trecho Norte do Rodoanel. O atual traçado, de pouco mais de 44 km, passa pelo meio de favelas e sítios, cruza topos no meio da mata com 590 metros de altitude em relação ao Rio Tietê e atravessa uma dezena de córregos até chegar a Arujá, onde se interliga com a Rodovia Presidente Dutra.


Tiago Queiroz/AE
Sem medo. ‘Já faz uns dez anos que falam desse Rodoanel’, conta Celso Salvador de Oliveira
A construção de uma obra de R$ 5,8 bilhões no meio de uma área de preservação ambiental tem rendido questionamentos jurídicos semanais para o governo do Estado. A pressão já resultou em quatro alterações no traçado. Ambientalistas e moradores apreensivos buscam frear a construção junto a órgãos como Ministério Público e Defensoria do Estado. De olho nas eleições de 2012, políticos também prometem ajuda às famílias para barrar as remoções - 2,7 mil moradias devem ser desapropriadas.

Em seu percurso acidentado e irregular no meio da mata, o Trecho Norte está sempre ao lado ou bem perto de uma favela. Para o motorista que vai sair da Rodovia dos Bandeirantes e entrar na pista, na altura do número 8.700 da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, a vista descortina um emaranhado de barracos que se estende por morros desde o início da estrada na capital, em Perus, até quase o fim, já perto de Guarulhos.

Ao fundo das favelas, o visual em segundo plano é de um gigantismo impressionante: a metrópole, o Rio Tietê e um chapéu de fumaça sobre a imensidão de prédios no horizonte. Em alguns momentos, o caminho chega a lembrar a geografia dos morros cariocas, com casas construídas em ladeiras cercadas por mato e ao lado de enormes rochas. O clima tem frescor serrano, úmido, com friozinho agradável. Tanto que o cheiro da mata predomina ao longo do traçado, apesar de as ocupações não terem esgoto ou coleta regular de lixo.



No alto dos morros do Parque Taipas, na altura do km 6 do futuro Rodoanel, pequenos fios de água brotam das pedras e garantem o abastecimento da favela que não para de crescer logo abaixo. A ocupação com clima rural vai sumir para a construção da rodovia, o que tem levado apreensão aos moradores. "Comprei o terreno em 1994, sem escritura. Não tenho medo de sair, já faz uns dez anos que falam desse Rodoanel. Acho que essa estrada não sai mais", diz o agricultor Celso Salvador de Oliveira, de 53 anos. Ele é dono de um sítio que começa em uma rua aberta por ele mesmo e acaba em uma rocha da serra.

Oportunismo. O medo das famílias se mistura ao oportunismo de alguns vizinhos de áreas que não serão desapropriadas. A reportagem do Estado flagrou três terrenos sendo abertos no meio da mata, no Parque Taipas, na altura do número 1.670 da Avenida Fernando Mendes de Almeida. Segundo moradores, são pessoas interessadas em receber indenização do governo.

"O pessoal não para de abrir terreno no meio da serra. É gente que nem mora aqui e só quer a indenização", diz Sonia Nascimento, de 32 anos. Ela é dona do único mercadinho que funciona no ponto alto da serra ocupado por barracos. "Gosto do morro, acostumei a morar no frio, sem barulho. Não quero sair."

Com ou sem Trecho Norte, é difícil acreditar que as franjas verdes que restaram da Cantareira não vão desaparecer. As favelas incham floresta adentro e a todo momento é possível ver, no alto da serra, clarões de terra abertos e preparados para receber novos barracos. O governo, por sua vez, defende que a estrada vai funcionar como "barreira" contra novas ocupações e diz prever R$ 25 milhões em compensações ambientais - 0,5% do custo do Rodoanel, estimado em R$ 5,8 bilhões.

Condomínios. O traçado segue um caminho sinuoso perto do Horto Florestal. Nessa parte, em vez de favelas, é possível ver alguns condomínios de luxo também construídos dentro da serra e os sobrados no alto do Jardim Tremembé. Mas o Rodoanel vai passar ao lado dos condomínios, que não serão desapropriados.

O trecho a partir do Horto contorna pedreiras nas encostas da serra e só atinge moradias de baixa renda, o que também se repete no Jaçanã e dentro de Guarulhos. Nesse município da Grande São Paulo, a Dersa já realizou duas alterações no projeto, desviando a pista de uma área de proteção ambiental, de moradores antigos e de um terreno da Prefeitura reservado para uma estação de tratamento de esgoto. Em outro desvio, o governo evitou que a obra isolasse um bairro da cidade - com a mudança, porém, o trajeto passará por uma área verde de proteção permanente.

Decisão. Polêmicas à parte, quem vai bater o martelo sobre o trajeto final é o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), órgão responsável pelo licenciamento ambiental. As apostas são de que o conselho não vai contrariar a vontade do governo, como já ocorreu em grandes obras polêmicas mais recentes - casos da ampliação da Marginal do Tietê e da construção do Trecho Sul do Rodoanel.

Favelas, floresta e incertezas na rota do Rodoanel

É em um morro no alto da Serra da Cantareira, a 26 quilômetros do centro de São Paulo, que tem início o futuro Trecho Norte do Rodoanel. O atual traçado, de pouco mais de 44 km, passa pelo meio de favelas e sítios, cruza topos no meio da mata com 590 metros de altitude em relação ao Rio Tietê e atravessa uma dezena de córregos até chegar a Arujá, onde se interliga com a Rodovia Presidente Dutra.

A construção de uma obra de R$ 5,8 bilhões no meio de uma área de preservação ambiental tem rendido questionamentos jurídicos semanais para o governo do Estado. A pressão já resultou em quatro alterações no traçado. Ambientalistas e moradores apreensivos buscam frear a construção junto a órgãos como Ministério Público e Defensoria do Estado. De olho nas eleições de 2012, políticos também prometem ajuda às famílias para barrar as remoções - 2,7 mil moradias devem ser desapropriadas.

Em seu percurso acidentado e irregular no meio da mata, o Trecho Norte está sempre ao lado ou bem perto de uma favela. Com ou sem Trecho Norte, é difícil acreditar que as franjas verdes que restaram da Cantareira não vão desaparecer. As favelas incham floresta adentro e a todo momento é possível ver, no alto da serra, clarões de terra abertos e preparados para receber novos barracos. O governo, por sua vez, defende que a estrada vai funcionar como "barreira" contra novas ocupações e diz prever R$ 25 milhões em compensações ambientais - 0,5% do custo do Rodoanel, estimado em R$ 5,8 bilhões.

O traçado segue um caminho sinuoso perto do Horto Florestal. Nessa parte, em vez de favelas, é possível ver alguns condomínios de luxo também construídos dentro da serra. Mas o Rodoanel vai passar ao lado dos condomínios, que não serão desapropriados. O trecho a partir do Horto contorna pedreiras nas encostas da serra e só atinge moradias de baixa renda, o que também se repete no Jaçanã e dentro de Guarulhos. Nesse município da Grande São Paulo, a Dersa já realizou duas alterações no projeto, desviando a pista de uma área de proteção ambiental, de moradores antigos e de um terreno da Prefeitura reservado para uma estação de tratamento de esgoto. Em outro desvio, o governo evitou que a obra isolasse um bairro da cidade - com a mudança, porém, o trajeto passará por uma área verde de proteção permanente.

Polêmicas à parte, quem vai bater o martelo sobre o trajeto final é o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), órgão responsável pelo licenciamento ambiental. As apostas são de que o conselho não vai contrariar a vontade do governo, como já ocorreu em grandes obras polêmicas mais recentes - casos da ampliação da Marginal do Tietê e da construção do Trecho Sul do Rodoanel.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Desmatamento na Amazônia aumenta mais de 5 vezes

O ritmo de desmatamento na Amazônia mais que quintuplicou no bimestre março-abril (alta de 473%), em comparação com o mesmo período de 2010. Os satélites de detecção em tempo real do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mais rápidos e menos precisos, registraram o corte de 593 quilômetros quadrados de florestas, extensão equivalente a mais da terça parte da cidade de São Paulo.

Faltando três meses para o fim da coleta de dados da taxa anual de desmate, os números do Inpe sugerem interrupção na tendência de queda no abate de árvores, registrada nos dois últimos anos. E foram anunciados ontem com a reação do governo: "A ordem é reduzir até julho, não queremos aumento da taxa anual do desmatamento", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

A ministra coordenará as ações de um gabinete de crise para conter o desmatamento. "Sufocar" a ação dos desmatadores foi o verbo usado ontem por Izabella e pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. A reação do governo conta com mais de 500 fiscais em campo só em Mato Grosso, Estado que registrou o maior avanço das motosserras - 80% do total.

?Efeito Código?

A nova onda de desmatamento na Amazônia foi adiantada pelo jornal O Estado de S. Paulo no início do mês. Técnicos da área ambiental indicavam a possibilidade de o avanço das motosserras estar relacionado à expectativa de mudança nas regras do Código Florestal pela Câmara.

Ontem, o governo optou pela cautela ao apontar as causas do aumento do abate de árvores. "Não posso informar a relação de causa e efeito agora", disse a ministra. Em mais 15 dias, ela deve receber o resultado das investigações. As áreas de maior desmatamento indicam a expansão das plantações de grãos, sobretudo soja, em Mato Grosso.

Na avaliação de Márcio Astrini, coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, o salto não pode ser explicado por fatores econômicos, como a alta de commodities como soja ou carne no mercado internacional. "O único fato novo é a promessa de anistia aos desmatadores no texto do Código Florestal que está prestes a ir a votação. O aumento do desmate ameaça as metas internacionais firmadas pelo Brasil", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

AMAZÔNIA Notícias da floresta

"O desmatamento na Amazônia está caindo consideravelmente nos últimos três anos". A boa notícia foi anunciada pelo climatologista, Carlos Nobre, consultor do projeto Planeta Sustentável da Editora Abril. Nobre visitou a região amazônica no início de agosto como presidente do comitê externo de avaliação do Grupo de Assessoria Internacional do Programa Piloto de Proteção das Florestas Tropicais.

O programa é vinculado ao G7, formado pelos países mais industrializados do planeta. Nobre e representantes do grupo estiveram no Sul do Pará, Rondônia e norte do Mato Grosso com a missão de investigar se o Plano de Combate ao Desmatamento colocado em prática pelo Governo Federal está funcionando e entender por que o desmatamento está diminuindo.

"Constatamos que a ação de fiscalização e controle do governo na Amazônia está fazendo efeito em áreas já bastante alteradas nas fronteiras de expansão do desmatamento". Nobre, entretanto, diz que ainda é cedo demais para cantar vitória.

"Realmente houve uma paralisação grande do desmatamento este ano, mas os responsáveis por esses crimes ainda estão à solta, só que retraídos, assustados com a ação policial". Para Nobre, este é o momento ideal de intensificar a fiscalização e promover a educação ambiental na região. "Caso contrário, a devastação volta a se intensificar na floresta".

Leia entrevista completa com o climatologista e consultor do Planeta Sustentável, Carlos Nobre, na edição de outubro de National Geographic, falando sobre Amazônia, aquecimento global e desenvolvimento tropical.

Mil voluntários plantam 30 mil árvores na Serra da Lousã

Mais de mil voluntários cumprem, este sábado, uma campanha de reflorestação na Serra da Lousã. O objectivo, que parte da Fundação Floresta Unida, é plantar 30 mil árvores.

David Lopes, um dos fundadores, contou que se iniciou nesta fundação quando necessitou de deixar de fumar e descobriu que se abstraia de fumar «quando estava numa fase construtiva».
A Fundação Floresta Unida, que não se limita a Portugal e que pretende plantar 400 milhões de árvores até 2030, conta actualmente com 17 mil voluntários.
Na iniciativa deste sábado, apoiada por 21 empresas, os voluntários são acompanhados no sentido de evitar a morte das árvores. Segundo David Lopes, a Fundação Floresta Unida é uma das organizações com menor taxa de mortalidade nas plantações,

Londres poderá vender parte das florestas do país para combater défice

O governo do Reino Unido avalia vender parte das florestas do país, actualmente propriedade do Estado, como parte do plano para reduzir a despesa pública e combater o enorme défice, noticiou a imprensa britânica.
O plano governamental, que prevê vender, até 2020, aproximadamente metade dos 748 mil hectares de floresta, deverá ser anunciado em breve pela ministra do Ambiente do Reino Unido, Carline Spelman, segundo o jornal The Sunday Telegraph.

De acordo com a mesma fonte, a decisão é «polémica», uma vez que vai permitir a expansão de resorts turísticos, campos de golfe, parques de diversão e aumentar o abate comercial de árvores em todo o território inglês.

Organizações e movimentos ambientalistas no Reino Unido já exigiram ao governo britânico uma garantia de que os cidadãos vão poder continuar a usufruir das florestas após a sua privatização. Os sindicatos dos sector da floresta rejeitam a ideia governamental.

Fontes do governo de Londres, citados pelo jornal, insistem que, na maioria dos casos, o grande objectivo é colocar as florestas à disposição das comunidades e organizações não governamentais locais para fomentar uma gestão directa.

Incêndios: Corte nas verbas deixará a floresta entregue à sua sorte

A Associação Nacional de Municípios Portugueses avisa que a redução das verbas para o combate aos incêndios, «põe em perigo» a vida das populações e da floresta.


O responsável pela área da protecção civil na associação de municípios, disse à TSF, recear que os cortes cheguem aos 50% nos meios aéreos de combate aos incêndios e aos 30% nos meios terrestres.
Perante estes dados, Jaime Soares da Associação Nacional de Municípios Portugueses avisa que a situação no Verão poderá ser dramática. Por isso, entende que «o país precisa de estar equipado para fazer face a situações que são sempre muito graves atendendo à geografia dos terrenos» e às alterações atmosféricas e meteorológicas.
«O Governo não pode mais uma vez, como é seu hábito, tentar atirar para cima dos municípios. O Governo é o principal responsável pela floresta e pela protecção civil mas alija responsabilidades, numa tentativa de quem está no terreno é que terá de responder, que são os municípios», sublinhou.
A TSF procurou uma reacção do Ministério da Admnistração Interna que não quis comentar as denúncias e as acusações da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Limpeza dos terrenos florestais não está a ser cumprida

Apesar dos prazos determinados por lei para a limpeza das matas, numa fixa de 50 metros em redor de casas e empresas, a maioria dos proprietários não tem ainda esse trabalho feito.
O responsável pela pasta da Protecção Civil na Associação de Municípios receia a próxima época de incêndios. Na TSF, Jaime Soares acusou o Governo de esquecer a prevenção.
Esta sexta-feira termina o prazo para os proprietários limparem os seus terrenos florestais, numa faixa de 50 metros à volta de casas ou empresas, mas poucos cumprem a lei.
Mas para os incumpridores estão previstas multas. A Associação de Municípios refere que as autarquias não têm meios humanos, nem dinheiro, para fazer cumprir a lei.
A reportagem da TSF esteve no Vale de Besteiros, entre Tondela e o pico do Caramulo, onde o mato ainda vai sendo roçado e cortado pelos mais velhos

Incêndio por controlar em Viana do Castelo mobiliza quatro corporações

Um incêndio florestal junto cidade de Viana do Castelo obrigou à mobilização de meios de quatro corporações de bombeiros, estando já pedido o reforço de mais duas forças.
O incêndio que lavra descontroladamente, desde a tarde de sábado, no monte Galeão, sobranceiro à cidade de Viana do Castelo, já se estendeu pelas freguesias de Darque e Vila Nova de Anha.
«Desenvolve-se em duas frentes que não estão dominadas. No flanco esquerdo está a evoluir favoravelmente e no flanco direito estamos a posicionar meios para fazer o combate à cabeça do incêndio», explicou à Lusa Paulo Esteves, comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo.
Às 20h00 estavam no terreno 29 bombeiros das corporações de Voluntários e Municipais da cidade de Viana, apoiados ainda por bombeiros de Ponte de Lima e Vila Praia de Âncora. Foram ainda solicitados meios às corporações de Vila Nova de Cerveira e Caminha.
Na sequência das chamas, na margem esquerda do rio Lima uma espessa camada de fumo faz-se sentir desde meio da tarde, numa zona intensamente habitada. No entanto, Paulo Esteves garante que «nenhuma casa esteve ameaçada» pelas chamas.
No distrito de Viana do Castelo os bombeiros combatiam as chamas também em Britelo, Ponte de Barca, onde se regista um outro incêndio ainda por dominar.

50 milhões em multas: Ibama abre cinco frentes de combate ao desmatamento em Rondônia


Foram abertas cinco frentes de combate ao desmatamento em Rondônia, nas regiões que apresentam maior índice de indicativos de desmatamento, localizadas nos municípios de Porto Velho, Nova Mamoré, Buritis, Cujubim, São Francisco do Guaporé e Costa Marques. As ações fazem parte do plano emergencial estabelecido para conter o avanço do desmate ilegal na Amazônia e contam com agentes do Ibama e do Batalhão da Polícia Ambiental – BPA. Até o momento, as operações apresentam os seguintes resultados parciais: 4 mil hectares de áreas embargadas, R$ 50 milhões em multas, além da apreensão de 8 tratores, 17 caminhões e 15.000 m3 de madeira. Segundo o superintendente do Ibama em Rondônia, César Luiz da Silva Guimarães, as operações não têm previsão para encerramento e serão envidados todos os esforços necessários à contenção do desmatamento no estado. . .

FONTE: Rondoniavip

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Shakhtar Donetsk anuncia Dentinho Comprado por € 7,5 milhões (R$ 17,1 mi) junto ao Corinthians, atacante já posa ao lado do escudo do clube ucraniano.


O Shakhtar Donetsk anunciou nesta sexta-feira em seu site oficial a contratação do atacante Dentinho, ex-Corinthians. Comprado por € 7,5 milhões (R$ 17,1 milhões), ele assinou um contrato de cinco anos com o atual campeão ucraniano e posou ao lado do escudo do clube, como já fizera mais cedo, ao anunciar em seu Twitter.
No Shakhtar, Dentinho não terá muitos problemas com a língua, já que ao todo outros oito jogadores falam o português. São seis brasileiros (Fernandinho, Jadson, Luiz Adriano, Willian, Alex Teixeira, Douglas Costa e Bruno Renan) e dois naturalizados, o croata Eduardo da Silva e o boliviano Marcelo Moreno.
- Galera, hoje foi um dia muito bacana. Conheci a estrutura do time, também conheci o presidente, o treinador e alguns jogadores! Conheci a cidade e revi meus amigos Douglas Costa e Willian - disse, atráves de seu microblog.
Dentinho foi promovido ao time profissional do Corinthians em 2007 e desde então conquistou a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2008, e a Copa do Brasil e o Paulistão, em 2009.
Confira a classificação atualizada e a tabela de jogos do Campeonato Ucraniano

terça-feira, 17 de maio de 2011

Seedorf diz a amigo que projeto do Botafogo é 'muito interessante'


A diretoria do Milan segue negociando a renovação de contratos para a próxima temporada, e o acordo com Seedorf continua pendente. Nesta terça-feira, o meia passou algumas horas no escritório do vice-presidente e diretor executivo do clube, Adriano Galliani. O vínculo do holandês vence no mês que vem. Aos 35 anos, o jogador, que já foi cortejado pelo Corinthians, não desmente o interesse de outros times como o Botafogo e o Manchester City, da Inglaterra.
- Seedorf me contou sobre o encontro com o presidente do Botafogo e disse que acha muito interessante o novo projeto do time carioca - contou ao GLOBOESPORTE.COM um amigo íntimo do jogador.
Atuar no Brasil não seria um problema para o meia. Ele fala português, entre outras línguas, e é casado com a brasileira Luviana, com quem tem dois filhos. Mas há quem considere o acordo improvável. É o caso de Carlo Laudisa, jornalista da Gazzetta dello Sport.
- Seedorf nunca negou que outros clubes o procuraram, e a proposta do Manchester City parece muito mais interessante - analisa.
O time inglês conquistou o quarto lugar no campeonato local e poderá disputar a fase preliminar da Copa dos Campeões do ano que vem. Vale lembrar que Seedorf é o único jogador a ter ganho quatro títulos da Copa dos Campeões com três clubes diferentes: Ajax, Real Madrid e Milan.
No final da tarde desta terça-feira, Clarence Seedorf foi o último a deixar o prédio administrativo do clube milanista. Sorridente, de terno sem gravata, o holandês foi claro e objetivo diante dos jornalistas:
- Não há nada definido. Não sei se fico ou se vou embora. Só sei que a relação de amizade e respeito que nos une existirá para sempre. Está tudo bem. Iremos continuar a nossa conversa na próxima semana - comentou.

domingo, 15 de maio de 2011

Peixa Bi

Com direito a drama no fim, Peixe conquista o bi em cima do Timão
Com um gol inédito de Arouca, que nunca havia marcado pelo Alvinegro, e outro de Neymar, em falha de Julio Cesar, Santos leva 19ª taça estadual

por Adilson Barros, Carlos Augusto Ferrari e Julyana Travaglia

Foi dramático, como final normalmente é. Chuva fina, campo molhado, falhas de goleiros. Nervosismo, tensão e, finalmente, explosão. O Santos é bicampeão paulista. Um título histórico, o primeiro conquistado em uma decisão de fato na Vila Belmiro. E mais especial ainda para os santistas: em cima do Corinthians, o maior rival. A vitória por 2 a 1, neste domingo, deu ao Peixe seu 19º título estadual e confirmou a vocação vitoriosa da nova geração de Meninos da Vila, capitaneada por Neymar.

O primeiro tempo foi do Santos. Não por acaso, o time da casa abriu o placar aos 16 minutos, com Arouca. Ele mesmo, o volante que não marcava desde o dia 30 de outubro de 2008, quando garantiu a vitória do Fluminense sobre o Figueirense, por 1 a 0, no Campeonato Brasileiro. Durante a semana, o volante chegou a dizer que sonhava marcar seu primeiro gol com a camisa branca numa final de campeonato. Profecia realizada.